Com grupos regionais de frevos e maracatus abençoando a festa, festival Clássicos do Brasil pede passagem

Cambinda Brasileira, Nação Pernambuco, Orquestra de Frevo do Babá e Cia Mariângela Valença se apresentam na estreia do festival no Recife

Maracatu mais antigo com atividades ininterruptas do país, o Cambinda Brasileira se une à programação do Festival Clássicos do Brasil que acontece pela primeira vez no Recife, de 10 a 13 de abril. Com 106 anos de história, o grupo recebeu a titulação de patrimônio vivo de Pernambuco e chega para somar com o compromisso do festival em valorizar, reverenciar e difundir a cultura, tradições e os grandes clássicos do Brasil.

O Cambinda é considerado Maracatu Rural, também chamado de Maracatu de Baque Solto, unindo música, dança, figurinos típicos e brincadeiras num cortejo que acontece especialmente nos carnavais. Nesses desfiles, o misterioso personagem caboclo de lança, o mestre de maracatu, junto a outros personagens, fazem reverência ao sincretismo religioso, música popular e aos trabalhadores rurais, sobretudo os canavieiros. O Cambinda foi fundado na zona rural de Nazaré da Mata, no norte do estado, e desfila nas cidades da região, além de Recife e Olinda.

O Maracatu Nação Pernambuco, fundado em Olinda em 1989 pelo bailarino e pesquisador Bernardino José, também vai levar para o palco o tradicional ritmo pernambucano. O grupo desfila nos carnavais de Recife e Olinda desde 1990, numa apresentação de instrumentos característicos de percussão e sopro, como gonguês, ganzás, trombones e trompete. Além disso, o Nação já produziu espetáculos com enredos da cultura popular regional que ganharam o Brasil e o mundo. Hoje, desenvolve outros trabalhos para além do maracatu, como uma escola de dança e de percussão.

Além do maracatu, o frevo também estará presente recebendo o Clássicos do Brasil no Recife. A Cia Mariângela Valença e a Orquestra de Frevo do Babá representarão o famoso ritmo carnavalesco e esquentarão a arena. Mariângela, produtora cultural, dançarina, professora e escritora, tem mais de 25 anos de trabalho com o frevo, seja dançando, ensinando, estudando ou contando sua história. Ela teve repercussão nacional ao ensinar passos do frevo em vídeos na internet, levando a dança e a história do ritmo para o Brasil e para o mundo. Ainda, já coreografou e dançou com grandes nomes da música nordestina, como Elba Ramalho e Nena Queiroga.

Já Babá, ou “Babá do trombone” como é conhecido nas ruas de Olinda, traz uma orquestra com diversos instrumentos de sopro e percussão para entoar as clássicas músicas do carnaval pernambucano, além de composições menos conhecidas mas ainda assim tradicionais. Foi com o intuito de unir os maiores clássicos do frevo que a Orquestra lançou em fevereiro deste ano o álbum Frevoessência, disponível em todas as plataformas digitais.

O maracatu e o frevo são mais que clássicos de Pernambuco e do Recife, são identidade, memória, história e cultura brasileira em sua máxima potência e que reforçam tradição, ancestralidade e resistência. Ambas as expressões têm origem na cultura afro-brasileira e nasceram como formas de manifestação de rituais ou festas populares que perduram até os dias de hoje. Afinal, maracatu e frevo são clássicos do Brasil.

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